As mudanças climáticas e os ciclistas de Florianópolis


As mudanças climáticas não são uma brincadeira ou uma falácia. São um fato real! Milhares de trabalhos científicos publicados em dezenas de revistas especializadas, onde os textos passam por revisão pela comunidade científica, comprovam a sua veracidade – a ainda mais: demonstram claramente que as atividades humanas é que estão causando este fenômeno.

Atualmente, o transporte é o setor que mais emite gases-estufa nas cidades. Supera até mesmo a indústria. Todos os dias, algumas toneladas de dióxido de carbono são lançadas nos céus de Florianópolis pelos escapamentos dos automóveis, a maioria dos quais circulando com uma só pessoa e agravando o problema dos congestionamentos que têm acometido a capital catarinense. Isso sem contar com a liberação de gases como óxidos de nitrogênio e monóxido de carbono, que têm ainda maior poder calorífico, contribuindo para agravar o aquecimento global.

O deslocamento por bicicleta, além de mais prazeroso, ágil, saudável e, em diversas ocasiões, mais veloz, não emite, por si só, gases-estufas. O investimento no transporte ativo, além de contribuir para melhorar a crise de mobilidade urbana, é uma forma de permitir o desenvolvimento saudável das gerações futuras. Gerações estas hoje em perigo de, por falta de um acordo decente na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhagen, não terem um planeta habitável para viver.

Por estas e por outras razões é que, uníssonos, diversos grupos de ciclistas de Florianópolis e São José irão às ruas pedalar, almejando que o amanhã nos reserva não seja tão desalentador.

Sobre bicicletanarua
Ciclista urbano paulistano residente em Florianópolis.

4 Responses to As mudanças climáticas e os ciclistas de Florianópolis

  1. gilvas says:

    incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte urbano é extremamente louvável, e até mesmo crucial nos dias congestionados que nos cercam. amarrar este excelente trabalho a pesquisas polêmicas e ainda desacreditadas por boa parte da classe científica, entretanto, pode esvaziar a força do movimento ciclístico em floripa. pensem nisso, e não deixem o movimento ser manipulado pela mídia.

  2. Gilvas, não existe a polêmica do aquecimento global no meio científico. É uma certeza. Ainda mais, um consenso.
    Enquanto isso, uma pesquisa em periódicos de grande alcance mostrou que mais da metade das resportagens (53%) falavam que havia dúvidas em relação ao aquecimento global ou mesmo que ele não existia (!). Grande parcela disso pode ser atribuída a Phillip Cooney, que foi chefe de gabinete do Conselho de Qualidade Ambiental no governo de Bush filho. Antes disso, ele fora lobista da American Petroleum. Demitiu-se do cargo quando ficou provado que ele adulterava os dossiês produzidos pelas agências científicas americanas. No dia seguinte, foi trabalhar na Exxon Mobil… Todos os relatórios oficiais da área ambiental passavam pelas mãos dele e eram extremamente alterados para diminuir a relevância do aquecimento global, bem como procrastinar medidas para remediá-lo.
    Felizmente o passeio ciclístico foi um sucesso, contando com mais de 150 ciclistas de todas as tribos, de todas os rostos, de todos os gostos.
    Houve muita interação entre as pessoas nas casas e bares e as crianças nas ruas e sacadas. Foi fantástico. Grande parte disso só foi possível com a união que praticamente todos os grupos de ciclistas de Florianópolis tiveram frente a este tema. E poucas vezes antes tivemos tantas caras novas.

  3. “queimar gasolina pra andar é contra mão. Tua bunda fica mole e faz mal pro meu pulmão”. O termo andar, como sinônimo de se movimentar, tem sua máxima eficiência quando consegue mover o corpo com o menor consumo de energia possível. Mais eficiente é quando alia a eficiência energética à vantagem poética. Saúde na certa.

    Pedalar pela minha cidade, durante a noite ou madrugada, não é novidade. Nos últimos 45 anos tenho conhecido e reconhecido cada trilha, cada rua, cada novo edifício, tão difícil de conhecer quem vive ali. Só mesmo passeando, de forma pacífica e desordeira, podemos interagir com as pessoas, chamando-as a uma visita relâmpago à janela mais próxima. E as luzinhas intermitentes, formam um visual, parecido com uma árvore de natal. Ou a bernuça, do boi de mamão.

    O espetáculo vivo, composto de mais de cento e cinquenta almas libertas, circulou pelas vias principais da cultura da Cidade, seja na Ilha ou no Continente. Em alguns momentos, fomos abusados, quando fechamos as ruas, num arrastão de paz, porém impedindo a passagem de quem tem seus compromissos, e não teve a oportunidade de prever o nosso encontro. Nessas horas, o conflito se estabelece, pois a gente se esquece do direito de ir e vir do outro. Em outro momento, fomos por demais bem comportados. Eu sonhei em atravessar, mais uma vez, a Ponte Pedro Ivo por cima, apreciando ao máximo toda a beleza da nossa Ilha da Magia. No horário em que por ali passávamos, o movimento de veículos desatualizados era menos intenso. Poderíamos muito bem ter usado uma pequena fatia desta fita, que leva as pessoas depressa demais, para onde nem sempre sabem ou querem ir.

    Mas, pela grandeza do passeio, conduzido pela estimada família Della Giustina e seus amigos, no qual tenho orgulho de pertencer, só temos a louvar a Nossa Senhora da Liberdade, pela oportunidade que nos ofereceu de compartilhar uma energia tão intensa, na busca pelo Envolvimento Sustentável. Espero que o passeio do mês que vem, já sugerido para o dia 23 de dezembro, possa ser mais intenso. E, quem sabe se pedirmos autorização às autoridades, ganhemos o direito de passar por sobre a ponte, na hora da volta, pra comemorar a entrada na Ilha de forma apoteótica…

    Huli Huli

    Luiz Pereira

  4. Pingback: Saiba como foi o Pedal Unificado pelo Clima « Bicicletada Floripa

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